Arte menor, o nome desta loja, é um nome provocação. No conturbado território das artes plásticas brasileiras, todo o trabalho feito em papel é considerado, de maneira absolutamente injusta e pejorativa, como "arte menor". Pintura, escultura, instalação, vídeo, performance, enfim, a tropa inteira das demais técnicas viveria no Olimpo das "artes maiores".


Galeristas, curadores e colecionadores mal informados e por vezes, mal intencionados pelo afã de ganhar mais vendendo menos, contribuíram para consolidar esse epíteto maldito. E ele é impingido sob a alegação de que a arte sobre papel tem pouca durabilidade e pela afirmação de serem muito velhos os processos criativos envolvidos.

Mas a arte sobre papel é arte durável; gravuras e desenhos centenários estão aí bem vivos e sadios em coleções particulares e nos museus do mundo inteiro para comprovar. Valer-se de fazeres manuais antigos não impossibilita a criação de obras sólidas. Muito ao contrário: em inúmeras situações, o emprego de meios vistos com maledicência como arcaicos materializa criações magníficas.

O fato incontestável é que a boa arte sobre papel, feita por artistas inspirados e talentosos, é comprovadamente superior a muita pintura de má lavra vendida a peso de ouro para decorar mansão de celebridade ignorante e muito superior a muita instalação estúpida erigida com a melhor e mais moderna tecnologia e, com afobação comprada, pelo museu da moda.